Vinte
e sete ataques, com 19 policiais militares feridos e oito mortos de
janeiro até ontem, em todo o Estado. Os dados, divulgados pela
Associação dos Cabos e Soldados da Polícia Militar do Rio Grande do
Norte (ACS-PM/RN) estão preocupando os profissionais potiguares, que
denunciam a existência de uma “caçada” à categoria. A prisão de um homem
acusado de integrar uma quadrilha de traficantes que planejavam a
execução de policiais civis e militares, que usava um veículo blindado
em suas ações, no mês passado, reforçou a tese e aumentou a insegurança
entre os agentes de segurança pública.
“Os policiais do Estado estão sendo caçados pelos criminosos sim. Uma
prova é o alto número de atentados e de mortes envolvendo policiais
durante seus expedientes e também os que estão de folga, como foram os
últimos casos. O pior é que, apesar da cúpula da Segurança Pública
potiguar ter ciência do que vem acontecendo, ninguém faz nada para
tentar reverter essa situação”, afirmou o presidente da Associação de
Subtenentes e Sargentos Policiais Militares e Bombeiros do Rio Grande do
Norte (ASSPMBM/RN), Eliabe Marques.
Para ele, as precárias condições de trabalho enfrentadas pela categoria e
a constante exposição dos profissionais no combate aos criminosos os
tornam alvos fáceis dos bandidos, que, melhor equipados, são ousados nos
ataques, quase sempre quando os policiais estão de folga. Prova disso
foram os sete atentados ocorridos contra a categoria nas últimas três
semanas na Região Metropolitana de Natal. Destes, apenas um praça estava
em serviço.
“Os bandidos são bem armados, bem equipados e com veículos novos e
potentes, enquanto isso, os policiais trabalham com viaturas cheias de
problemas e armas velhas. Sem contar que, como os militares estão todos
os dias se expondo no combate ao crime, os bandidos os reconhecem fácil e
podem segui-los e atacá-los”, explicou Eliabe.
Um desses ataques, ocorrido no último dia 27 contra um soldado lotado no
3º Batalhão da Polícia Militar, em Parnamirim, os dois agressores foram
reconhecidos pela vítima, que estava de folga e escapou sem ferimentos.
Em entrevista a um site de notícias, ele afirmou que há uma quadrilha
empenhada em executar policiais militares no Estado e que os dois homens
que o atacaram seriam os chefes. “Descobrimos que eles estão montando
um grupo perigoso, que planeja a morte de alguns policiais”, desabafou,
na ocasião.
A denúncia do soldado atacado em Parnamirim é a mesma que o comando do
5º BPM, na zona Sul, recebeu dias antes, ao efetuar a prisão de um homem
acusado de integrar uma quadrilha de matadores de policiais e ligada ao
grupo criminoso paulista Primeiro Comando da Capital (PCC). Com o
suspeito, foi apreendido 30 quilos de cocaína, armas e um veículo de
luxo blindado, que seria usado em ações criminosas na Região
Metropolitana. Fonte:Jornal de Hoje.
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