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Foto:
Divulgação/Marcha Mundial das Mulheres
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Militantes da Marcha Mundial das Mulheres que estão em Ruy Barbosa, no interior da Bahia, para acompanhar a série de audiências do processo em que integrantes da banda de pagode New Hit respondem por casos de estupro, se surpreenderam ao receber uma carta escrita pelas duas adolescentes que denunciaram abuso em agosto de 2012.
A mensagem, em duas folhas rosas e com tinta azul, foi entregue por uma representante do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (Cedeca) na manhã desta quarta-feira (20), de acordo com Maíra Guedes, 26 anos, que é professora de teatro e militante da Marcha. "A gente ficou muito feliz, emocionados, foi muito forte. A mulher sozinha não consegue romper o ciclo de violência. A gente quer dar muita força para elas aguentarem o processo até o final. E elas falam isso, que a mobilização tem fortalecido elas".
Assinada como "Vítimas da New Hit", na carta, as adolescentes falam da dificuldade de ficar longe da família, dos amigos, de morar em outro estado e afirmam que o processo é muito "doloroso". "Elas falam que, nesses seis meses, quase desistiram por diversas vezes, mas que optaram em não recuar pela força que estão recebendo", relata Maíra Guedes.
A militante informa que cerca de 30 mulheres estão na cidade desde domingo (17) para acompanhar as audiências de instrução que foram iniciadas na segunda-feira (18). De acordo com Maíra Guedes, representantes de outras entidades, como do Movimento Sem-Terra, também se juntaram em prol do caso.
O último dia de audiência, previsto para esta quarta-feira (20), foi adiado a pedido da defesa dos réus, que seriam interrogados na ocasião. A solicitação foi deferida pela juíza Márcia Simões. A razão de adiar o interrogatório se deve ao fato de que todas as testemunhas precisam ser ouvidas antes dos suspeitos, segundo o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), sendo que 37 ainda não prestaram depoimentos, o que deve acontecer por meio de carta precatória, porque moram em outras cidades.
O interrogatório dos nove músicos e do policial militar que fazia a segurança do grupo de pagode está previsto para os dias 3, 4 e 5 de setembro. No final da manhã desta quarta-feira, foi coletado o DNA dos réus para que seja confirmado, ou não, se as secreções encontradas nas roupas das vítimas são dos acusados. As informações são do G1.