G1 - O agricultor João Basílio de Souza, de 25 anos, se apresentou na Delegacia Geral de Cruzeiro do Sul, interior do Acre,
para prestar esclarecimentos sobre a morte do irmão, José Odaiso Souza,
de 27 anos, com um tiro de espingarda nas costas durante uma caçada em
um igarapé na comunidade rural São João, na BR-364, na tarde desta
terça-feira (4).
Emocionado e abalado, Souza diz que foi um acidente e que confundiu o
irmão com um animal silvestre."Meu primo e eu saímos para caçar, quando
encontrei com meu irmão. Ele chamou a gente para ir caçar com ele, mas
eu disse que já estava tudo certo para a gente ir para outro local fazer
a caçada também. Ele disse então, que ia para a mata, dormir por lá e
depois ia seguir. E então a gente ficou se arrumando e ele pegou o
caminho e foi na nossa frente", relata.Após alguns instante, Souza e o
primo seguiram a viagem. Até que um vulto chamou a atenção de Souza.
"Olhei para um lado e vi uma árvore com frutas no chão, de repente
escutei um barulho do meu lado esquerdo. Acho que meu irmão estava
querendo fazer uma brincadeira, tentando assustar a gente. Assobiei e
como ninguém respondeu, pensei que tinha bicho ali.
Meu primo estava a uns três metros longe de mim. Então, quando atirei
ouvi alguém me chamando, ali eu vi que não tinha atirado em animal, mas
sim em gente. No segundo chamado por socorro, vi que tinha atirado no
meu irmão", diz entre lágrimas.Ele diz que segurou o irmão e tentou
mantê-lo acordado. "Quando meu primo falou que era meu irmão, soltei a
espingarda e corri. Ele tava vivo, disse que as pernas estavam doendo,
coloquei ele no meu colo, pedi que ele pensasse na filha dele, mas não
resistiu. A gente se apressou pra que ele chegasse com vida em casa. Foi
um acidente, éramos unidos", lamenta.O primo dos agricultores, Antônio
Jardson de Souza Feliz, de 18 anos, foi testemunha da tragédia e diz que
o que aconteceu foi um acidente.
" O irmão dele já foi dando adeus, colocamos em uma rede, trouxemos até
um certo ponto e saí para pedir ajuda", conta.Após o acidente, O IML foi
buscar o corpo e a Polícia Civil pediu que o agricultor se apresentasse
na delegacia. Ele deve ser ouvido ainda nesta quarta-feira (5) pelo
delegado Vinícius Almeida. O corpo da vítima será velado na casa da
família na comunidade São João.(G1)