Embora o número geral de novos casos de HIV tenha caído 22% nos últimos
dez anos na cidade de São Paulo, a taxa de detecção do vírus quase
dobrou entre homens jovens e triplicou entre adolescentes do sexo
masculino, segundo dados apresentados pela Secretaria Municipal da Saúde
nesta quinta-feira, 26. Os dados são similares ao cenário observado no
País. O balanço municipal mostra que, entre 2004 e 2014, o índice de
casos detectados por 100 mil homens passou de 2,6 para 8,5 na faixa
etária entre 15 e 19 anos e de 22,2 para 43,3 no grupo com idade entre
20 e 24 anos. Já entre a população geral, o número de novos casos caiu
de 2.926 para 2.278 no mesmo período. "São Paulo enfrenta hoje uma
epidemia concentrada, com a maioria dos novos casos entre jovens do sexo
masculino. Uma das causas é que as pessoas estão fazendo testes mais
precocemente, mas há também entre essa população uma menor
sensibilização aos riscos da aids", disse o secretário municipal da
Saúde, Alexandre Padilha, que afirmou ainda que as novas infecções
ocorrem principalmente entre jovens gays. Pesquisa da secretaria com 4
mil moradores da cidade mostrou que 97% dos entrevistados sabem que a
camisinha é o meio mais eficiente de prevenção da aids, mas apenas 39%
deles utilizaram o preservativo em sua primeira relação sexual. "A
impressão que temos é que a população está mais informada, mas que ainda
não tem uma atitude de prevenção adequada", disse o secretário. O
balanço da secretaria mostra ainda que a taxa de detecção na cidade é
maior entre negros e na região central da cidade.
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