Por Almacks Luiz Silva
A tragédia que aconteceu no município de Mariana (MG)
é um evento muito corriqueiro na mineração, porém os empresários são
tão frios e desumanos que têm a coragem de dizer em Rede de TV que
telefonaram para os moradores que ficam nas comunidades a jusante
(abaixo) da barragem. Em Cataguases e em Nova Lima, recentemente,
barragens de rejeito se romperam.
Como pode um funcionário pegar um
telefone e ligar para mais de 500 moradores após o rompimento de um
talude (paredão)? Se não fosse trágico podia analisar como uma cena
cômica a cara de pau dos responsáveis pela empresa dizendo que
telefonaram.
A Portaria Nº 416 de 03 de setembro de
2012 criou o Plano de Segurança, Revisão Periódica de Segurança e
Inspeção Regulares e Especiais de Segurança das Barragens de Mineração,
conforme Lei Nº 12.334 de 20 de setembro de 2010. Através do Relatório
Anual de Lavra – RAL a empresa informa a situação das barragens, também
avaliadas com o Plano de Utilização das Águas – PUA, determinado pelas
Resoluções CONAMA Nº 29/2002 e 55/2005.
A segunda Barragem de Rejeito da
Yamana Gold em Jacobina – Bahia, tem uma área de 34 (trinta e quatro)
hectares, talude (paredão) de 55 (cinquenta e cinco) metros de altura e
capacidade para 13 (treze) milhões de toneladas de material.
Você se assombrou com esses números?
Fique sabendo que vão ser preciso construir mais 5 barragens de rejeito
deste porte para suportar a quantidade de material que serão moídos na
Planta da Yamana Gold em Jacobina e ficará para o resto da vida o perigo
para a população do entorno da mina e de Jacobina.
O NI – 43.101 é um estudo em que as
empresas mineradoras precisam para poder colocar suas ações nas Bolsas
de Valores, provando o potencial minerário do Empreendimento.
Este documento atesta que o potencial minerário das Minas de Jacobina sob o domínio da Yamana Gold tem o seguinte potencial:
33,9 milhões de toneladas com teor de
2,39 g/t de ouro; 15,8 milhões de toneladas com teor de 3,1 g/t de ouro,
perfazendo um total de 59,7 milhões de toneladas de rochas que serão
moídas e forçosamente terão que vir para uma barragem de rejeito.
Como a primeira barragem está sendo
fechada por ter chegado a sua capacidade máxima e a Barragem Nova, a
segunda barragem, só tem capacidade para 13 milhões de toneladas de
material, o complexo minerário de Jacobina terá que ter mais 5 (cinco)
outras barragens de rejeito para acumular a quantidade de material
declarada pela própria Yaman Gold em seu NI – 43.101.
Na cidade de Angra dos Reis, onde estão
instaladas as Usinas Nucleares, de quando em vez acontece treinamento do
Plano de Evacuação em casos de problemas nas Usinas Angra I e a II em
construção.
Nos aeroportos brasileiros, de quando em
vez, acontece treinamento de Planos de Segurança e em Jacobina você já
foi informado sobre o Plano que a Yamana Gold tem em caso de rompimento
em uma destas duas barragens de rejeitos?
Consequências
Primeiro – A cidade
entraria em colapso porque a duas barragens estão em nível superior à
barragem de captação de água da cidade, assim de primeira mão, teria que
ser suspenso o fornecimento de água da maior parte da cidade, porque
outra parte recebe água de outros mananciais.
Segundo – O desnível da
localização das barragens de rejeito da Yamana Gold e a pequena
distância para o centro da cidade logo seria atingida. O rio (leito do
rio Itapicuru) é a parte mais baixa de uma Bacia Hidrográfica.
Sobre o autor:
Almacks Luiz Silva é colaborador da
CPT – Comissão Pastoral da Terra, Membro Titular do Comitê da Bacia
Hidrográfica do Rio São Francisco, Membro do Grupo de Acompanhamento do
Contrato de Gestão – GACG, Presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do
Rio Salitre, Membro Titular do Conselho Estadual de Recursos Hídricos –
CONERH.
Socioambientalista graduado no Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental – UNOPAR
Extensão em Gestão Participativa de Bacias Hidrográficas – UFAL e UFS
Extensão em Ações de Gestão para Controle da Poluição em Bacias Hidrográficas – UFBA
Curso de Residência Agrária em Processos Históricos e Inovações Tecnológicas no Semiárido – UFPB
Consultor Ambiental e dos Recursos Hídricos
CV: http://lattes.cnpq.br/7821142835631449
Socioambientalista graduado no Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental – UNOPAR
Extensão em Gestão Participativa de Bacias Hidrográficas – UFAL e UFS
Extensão em Ações de Gestão para Controle da Poluição em Bacias Hidrográficas – UFBA
Curso de Residência Agrária em Processos Históricos e Inovações Tecnológicas no Semiárido – UFPB
Consultor Ambiental e dos Recursos Hídricos
CV: http://lattes.cnpq.br/7821142835631449
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