segunda-feira, 7 de julho de 2014

Após 40 anos, prostíbulo se torna templo da Assembleia de Deus

Uma mudança no cenário da pequena Jequié, Bahia, localizada a 365 km da capital vem chamando atenção. Depois de quase 40 anos, o local onde funcionava uma famosa casa de prostituição virou igreja evangélica. Funcionando no mesmo local, às margens da BR-116, rodovia federal que corta a cidade, o templo da agora Assembleia de Deus apresenta na fachada a mensagem  “Onde abundou o pecado, superabundou a graça”. A antiga dona é a ex-cafetina Maria Amenade Coelho, 67 anos. Ela fechou o prostíbulo e decidiu abrir a igreja para servir de testemunho aos moradores e, sobretudo, antigos clientes. Tanto é que hoje o templo reúne em seus cultos vários deles, além de garotas de programa e donas de outros prostíbulos fechados no município. “Vivia nesse local afundado na droga, bebida e sexo. Era só perdição. Mas o exemplo dela [Maria] me deu forças para me libertar”, conta o carregador de cargas Antonio Barbosa Teixeira, 35, hoje convertido e membro da igreja. Jéferson Barbosa Ramos, 24, outro que agora frequenta os cultos, lembra: “Todo final de semana eu chegava aqui sete horas da noite e só saía sete da manhã do outro dia, bebendo e me drogando. Roubei várias vezes e cheguei a ficar no presídio por dois meses, mas agora estou liberto”.

A polícia chegou a prender Maria nos anos 1990 por ter empregado no bordel três garotas adolescentes. “Tinha muita droga, briga, só coisa ruim. Mas garanto que estou arrependida de tudo que fiz e que hoje sou outra pessoa e estou buscando a Deus”, conta a ex-cafetina. Sua mudança de vida começou quando ele ficou três meses de cama por causa de um problema na cartilagem dos joelhos. “Foi um momento de pensar na vida. Recebi visitas de evangélicos que fizeram orações comigo por vários dias e me convenceram a sair daquela vida”, comemora. O testemunho de Maria é forte. Ela passou 38 anos na prostituição, em suas próprias palavras, por “opção de sobrevivência”.  Sua antiga casa de prostituição tinha oito quartos apertados com banheiro, paredes de reboco semiacabado e sem forro no teto.  As paredes internas foram derrubadas e hoje o local atrai dezenas de pessoas a cada culto. Com informações Folha de SP

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