Estação de ônibus fica vazia no primeiro dia da greve
(Foto: Lúcio Távora/ Agência A Tarde/ AE)
Os soteropolitanos que dependem do transporte público improvisam nesta quarta-feira (23) para conseguir ir ao trabalho. São pessoas como o técnico em informática Daniel Meireles, que assim que soube da greve recorreu a um amigo para pedir um carro emprestado. "Vi a notícia na TV e liguei para meu amigo, que estava de folga hoje. Nem sei se vou cumprir a carga horária no trabalho, porque tenho que devolver o carro", diz. A busca pelo empréstimo foi a alternativa encontrada por Daniel para não faltar ao trabalho no primeiro dia da greve dos rodoviários. "Foi uma solução emergencial, amanhã ainda não sei como vai ser”, observa.(Foto: Lúcio Távora/ Agência A Tarde/ AE)
Moradora do bairro da Liberdade, Ciria Pitta é gerente de uma loja no bairro de Brotas e costuma ir trabalhar de ônibus, mas com a greve negociou com seu supervisor uma forma de garantir que todos os funcionários cumprissem suas atividades nesta quarta. "Ele me orientou a pegar um táxi com mais dois funcionários que moram no mesmo bairro. O mesmo ocorreu com a equipe do turno matutino, que dividiu um segundo táxi", conta.
Diretora de uma escola municipal, Gildete Santana conta que teve que suspender as aulas na unidade de ensino por causa da falta de transporte para os professores. "Se tivesse professor, os alunos iriam, pois a maioria mora perto da escola. Mas nem todos os professores têm carro e não dá para funcionar com poucas salas. A orientação que demos para os pais foi para acompanharem as notícias, que assim que o fim da greve for anunciado, as aulas serão retomadas", diz Gildete.
Cristiano Barbosa, de 10 anos, é um dos estudantes da rede municipal de ensino que tiveram que ficar em casa nesta quarta-feira. A tia do garoto, Dona Matilde Sena Barbosa, diz que compreende a situação dos professores, mas admite que fica preocupada com o cronograma. "Moramos perto da escola, mas os professores moram longe e precisam do transporte coletivo. Ontem a professora dele avisou que se tivesse greve não teria aula, então ele ficou em casa, brincando. Mas já falei que vai ter que estudar para não ficar muito atrasado! Fico preocupada em atrasar o cronograma, já estamos próximos ao meio do ano", declara.
Ônibus permaneceram na garagem nesta quarta-feira
(Foto: Reprodução/TV Bahia)
Greve(Foto: Reprodução/TV Bahia)
A paralisação intermunicipal dos rodoviários foi anunciada na tarde de terça-feira (22), após uma reunião da categoria com empresários no Tribunal Regional do Trabalho (TRT). Uma nova rodada de negociação está prevista para segunda-feira (28) e até lá a categoria deve manter a paralisação.
Os rodoviários pedem 13,8% de aumento. Na última negociação, o Ministério Público e a Secretaria do Trabalho fizeram uma proposta de 8%, que foi rebatida pelo valor de 11% pelos rodoviários, mas os empresários não acataram nenhum dos valores.
Apesar da decisão, uma liminar judicial determina a manutenção de uma frota mínima de 60% nos horários de pico e 40% nos outros horários. O sindicato afirma que orientou todos os rodoviários sobre a determinação, mas não pode garantir o cumprimento da liminar
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