quarta-feira, 16 de maio de 2012

Doenças diarréicas são principal problema em áreas alagadas, em Manaus

Foto: Diego Oliveira/Portal Amazônia

MANAUS – Levantamento da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) apontam que as doenças diarréicas têm sido a principal ocorrência identificada nas áreas alagadas das zonas Sul e Oeste de Manaus. De acordo com as equipes de saúde da Prefeitura de Manaus, foram identificados 200 casos de pessoas (adultos e crianças) com quadro do problema, causado pelo contato com a água contaminada, que invade as residências.
Para a enfermeira e coordenadora das equipes de atendimento da Semsa, Suélida Barreto, é difícil evitar que as famílias se exponham às águas da e nchente, mas ela alerta que é preciso ter o máximo de cuidado. “É importante evitar esse contato e de não fazer uso da água do igarapé para atividades domésticas, como a lavagem de utensílios, de verduras ou para tomar banho”, comenta.
A grande maioria dos casos não apresenta gravidade e está sendo tratado no próprio domicílio. “Apesar disso, é fundamental que, ao primeiro sintoma de diarreia em algum membro da família, o agente comunitário de saúde da área seja logo avisado, para as providências de atendimento”, destacou Suélida.
As equipes da Semsa já percorreram mais de 3 mil domicílios em Manaus. As famílias recebem frascos de hipoclorito de sódio (água sanitária) e são orientadas sobre o uso do produto, destinado ao tratamento da água usada para as atividades domésticas. Mais de 3,7 mil frascos dos produtos já foram entregues às famílias, nas zonas Sul e Oeste.
Poços comunitários
De acordo com o secretário municipal de Saúde, Francisco Deodato, o Departamento de Vigilância Epidemiológica e Ambiental (DVEAM), da Semsa, já está mapeando os poços comunitários onde os moradores das áreas alagadas costumam se abastecer de água para o consumo doméstico. Amostras da água desses poços serão coletadas para análise em laboratório. A medida vai permitir identificar se o lençol freático das áreas afetadas pela enchente está comprometido, com reflexo na potabilidade na água que vem sendo consumida pelos moradores.
Até o momento não foram identificados casos de outras doenças de veiculação hídrica importantes, como a Leptospirose e a Hepatite A, por exemplo. No entanto, como a situação é de risco para essas doenças, a Semsa também está adotando medidas que podem ajudar a preveni-las. No caso específico da Leptospirose, o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) da Prefeitura deve iniciar, na próxima semana, um trabalho desratização, no entorno das áreas alagadas.
“Conforme o rio vai subindo, os roedores abandonam as tocas, nas áreas ribeirinhas, e procuram abrigo em áreas secas, próximas de locais onde possam encontrar alimento. Vamos fazer uma espécie de cordão de isolamento, com aplicação de armadilhas e de raticida (bloco parafinado). O procedimento será repetido, inclusive, quando as águas começarem a baixar”, explicou o veterinário Francisco Zardo, diretor do CCZ.

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