Dois dias depois de a Câmara dos Deputados aprovar projeto para endurecer a Lei Seca, prevendo o uso, além do bafômetro e do exame de sangue, de outras provas para comprovar a embriaguez dos motoristas e indiciá-los em processo criminal, dois acidentes causados por condutores que ingeriram álcool mobilizaram agentes da Polícia Militar na Grande BH.
As duas ocorrências foram registradas na madrugada dessa sexta-feira e, em uma delas, por pouco não houve uma tragédia. Segundo a PM, um motorista bêbado entrou com um Golf na contramão da MG-424, em Vespasiano, na Grande BH, em trecho duplicado, e bateu de frente em uma motocicleta. O piloto da moto teve fraturas pelo corpo e foi encaminhado ao Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, na capital. No outro caso, uma batida na Avenida Prudente de Morais não deixou feridos.
De acordo com a Polícia Militar Rodoviária (PMRv), no km 4 da MG-424, pouco depois da Cidade do Galo, em Vespasiano, o técnico em telecomunicações Luiz Alberto dos Santos Silva, de 29 anos, saiu de uma festa rave em um sítio, por volta das 3h. Ele seguiu pela estrada de ligação entre a MG-010 e a MG-424, onde entrou na pista para Pedro Leopoldo, só que na direção de BH. “Ele andou uns 300 metros na contramão e bateu na moto que ia no sentido correto. O motoqueiro sofreu algumas fraturas e cortes”, disse o sargento Wanderson Magno de Castro.
Militares encontraram Luiz Alberto com sinais de embriaguez. “Ele estava cambaleando, a fala era desconexa, os olhos estavam vermelhos e apresentava sonolência. Além disso, o hálito etílico não deixou dúvidas”, afirmou o policial. O condutor fez o teste do bafômetro, que indicou 0,63 miligramas de álcool por litro de sangue, o que significa que o motorista pode ser processado criminalmente, já que o teor passou de 0,34 miligramas de álcool por litro de sangue. A polícia recolheu a carteira de habilitação, multou o motorista em R$ 957,70 e apreendeu documentos e o veículo.
Na Delegacia de Trânsito de Vespasiano, o motorista reconheceu o erro de ter bebido e pegado o volante, mas culpou a sinalização da rodovia pelo acidente. “Sei que estou errado, mas na hora do acidente estava consciente. Bati porque não conheço a região e as placas me confundiram”, disse o técnico em telecomunicações. Foi aberto inquérito para apurar o crime de embriaguez e o condutor foi liberado depois de pagar fiança de R$ 5 mil. Ele vai responder ao processo em liberdade.
O piloto da moto é pintor Getúlio Ferreira Rocha Almeida, de 33, que sofreu fratura exposta no punho direito e na perna direita, além de escoriações generalizadas. O quadro de saúde é estável e ele está sob observação médica.
SEM exame Outro caso de suspeita de embriaguez foi registrado na Avenida Prudente de Morais, no Bairro Santo Antônio, Região Centro-Sul de BH. Thiago Henrique Mendes Souza, de 24, conduzia um Peugeot em direção à Avenida do Contorno quando bateu na traseira de uma caminhonete da Polícia Federal. Militares do 22º Batalhão da PM registraram boletim de ocorrência no plantão do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MG). O condutor se recusou a fazer o teste do bafômetro e foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML). Ao recusar também o exame de sangue, foi submetido à avaliação clínica por um médico.
Segundo a ocorrência, ele afirmou aos militares que estava voltando de uma boate onde tinha bebido. A batida foi causada, segundo o relato dele à polícia, por um cochilo momentâneo. Ninguém ficou ferido e Thiago foi liberado depois de ouvido pelo delegado no Detran. Como não há provas válidas, como exame de sangue e teste de bafômetro, Thiago vai passar apenas pelo processo administrativo, além de pagar a multa de R$ 957,70 e ter a carteira recolhida.
O jovem escapou de entrar para as estatísticas da Polícia Civil por crime de embriaguez ao volante com ou sem vítimas, coisa que não ocorreu com o técnico em telecomunicações Luiz Alberto dos Santos Silva. Em 2011 foram abertos 1.283 inquéritos, enquanto em 2009 o número de processos chegou a 1.023. Até 31 de março desse ano, 225 inquéritos já foram instaurados, número que corresponde a 17,5% do total do ano passado.
FONTE: www.em.com.br
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